Hulk corre melhor do que Ronaldo

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Para mim, e o efeito da rapadura la da feira central de CG....

"Cristiano Ronaldo não sabe correr" é uma frase que se ouve muito nos meandros do atletismo. Dita e ...

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"Cristiano Ronaldo não sabe correr" é uma frase que se ouve muito nos meandros do atletismo. Dita em tom humorado, não representa uma crítica à fantástica velocidade do melhor futebolista do Mundo, sendo antes uma chamada de atenção para a sua corrida pouco técnica, em comparação com a que exibem os verdadeiros sprinters. O próprio Ronaldo reconheceu essa debilidade, ao desafiar o homem mais rápido da história para uns treinos de pista, mas não será a "aula" de Usain Bolt a fazer dele um jogador melhor, segundo garante José Augusto, professor da Faculdade de Desporto do Porto (FADE-UP) e membro da equipa técnica da Selecção Nacional de futebol liderada por Humberto Coelho: "O importante para ele é aquilo a que chamaria a 'velocidade táctica' e essa o Bolt não a poderá ensinar, até porque o Ronaldo já a tem". A corrida dos futebolistas, colocada na ordem do dia pelo anunciar desse encontro Ronaldo-Bolt para o próximo mês, terá curiosamente um dado novo esta noite, quando o FC Porto entrar em Old Trafford. Do lado contrário, o português do Manchester terá outro "velocista" entusiasmante, curiosamente esse com uma técnica de corrida apurada: Hulk. O brasileiro, com uma velocidade superior ao normal já várias vezes comprovada, corre com uma postura correcta, mas por ter uma constituição física que o favorece. "É uma herança genética. Tem uma perna musculada e gémeos longilíneos, típicos dos grandes sprinters e certamente com grande percentagem de fibras de contracção rápida. É isso que lhe dá grande capacidade de aceleração e de alteração de movimentos", explica José Augusto. O "saber correr", fundamental no atletismo, é desvalorizado por José Augusto na sua aplicação ao futebol, apesar de permitir uma maior velocidade e menor dispêndio de energia. "A velocidade de deslocação é um valor em si, mas no futebol necessita de estar relacionada com as condições do jogo. A minha tese de doutoramente foi precisamente sobre a preparação física dos futebolistas tendo por base o atletismo e acabei por colocar dúvidas sobre a existência de uma relação directa", diz, lembrando que fez "análises no campo antopométrico, motor, fisiológico e metabólico", concluindo que "os métodos de treino do atletismo nunca terão que ver com o jogo". Apesar disso, há um aspecto importante. "Interessa ao futebol ter atletas bem formados. Uma corrida correcta permite um equilíbrio na utilização dos músculos quadricípedes e isquiotibiais, que quando não existe leva ao aparecimento de pubalgias", diz José Augusto, revelando que é habitualmente na recuperação de lesões que se ensina os futebolistas a correr melhor, "sendo o treino de corrida aplicado como uma espécie de medicamento". - Melhorar não é simples Que fique claro: a corrida de um futebolista só deve ser melhorada nos escalões de formação. Isto é algo que a maioria dos clubes não faz, até por não ser simples. "Aceito que se prepare o futebolista para uma maior velocidade de jogo, mas o responsável pela preparação física tem de o fazer adaptado ao modelo táctico. De preferência criando exercícios com bola, o que não é fácil", diz José Augusto. - Técnica de corrida garante vantagem Usain Bolt não faz 9,69 segundos aos 100 metros apenas por ter nascido sobredotado ou ter elevadas cargas de treino. A sua forma de correr, tal como a de todos os praticantes de atletismo, é diferente da do comum dos mortais, por utilizar a denominada técnica de corrida. "Garante eficiência e eficácia na acção, permitindo ter vantagem entre dois indivíduos iguais", afirma Filipe Conceição, especialista em biomecânica da FADE-UP, que explica, em traços gerais, aquilo que se aprende no atletismo: "A corrida reparte-se entre a fase de aceleração e a lançada. Nesta há uma postura mais alta, com o tronco erecto e o joelho elevado a 90 graus, o que leva à utilização de um diferente grupo muscular. Na aceleração são mais solicitados os músculos anteriores da coxa, os quadricípedes, e depois os posteriores da coxa, os isquiotibiais. A alternância destes grupos musculares garante uma maior eficiência do gesto e diminui a incidência de lesões". Mas a maior diferença é marcada pelo pé, que tem "um reduzido tempo de apoio e ao ser acelerado para baixo é-o ao mesmo tempo para trás no momento de contacto com o solo. Aquilo a que se chama 'griffé', um arranhar no chão para trás, permite que a força transmitida ao solo funcione como um impulso para a frente", refere Filipe Conceição, que sabe ser essa técnica de corrida utilizada por Thierry Henry. Já Hulk, define-o numa palavra: "Dentro da minha área, é um sprinter". - Os velocistas Henry e Simão Sabrosa "Thierry Henry foi velocista antes de jogar futebol. Tinha 10,40 segundos nos 100 metros e essa velocidade é que lhe dá vantagem ao fugir a uma defesa", anota o professor Filipe Conceição, revelando de onde chega a elegância em corrida do avançado do Barcelona e da selecção francesa. Em Portugal, Simão Sabrosa também fez atletismo antes de começar a jogar futebol,

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