Pressão total sobre Dunga. Depois do editorial no Jornal Nacional de 2a. feira passada, agora a Globo força a convocação do Fenômeno com entrevista no Fantástico.
Ronaldo diz que calou muitas bocas e anuncia paixão
O Fenômeno conta como foi dar a volta por cima.
Vai ser difícil encontrar outra super-estrela do futebol que tenha renascido tantas vezes. Toda vez que alguém dá a carreira de Ronaldo por encerrada, lá vem ele de novo, surpreendendo muita gente. Na véspera da decisão do Campeonato Paulista, ele falou comigo sobre a difícil arte de renascer.
Um ano depois do momento mais difícil na vida de Ronaldo, ele recebeu Patrícia Poeta na concentração do Corinthians. Estava sereno e feliz. Estava um ano longe da amargura causada por uma grave contusão e por um escândalo. No dia 4 de maio de 2008, Ronaldo afirmou ao Fantástico que não teve relação com os travestis.
Patrícia Poeta – Na última vez que eu entrevistei você, o assunto era difícil e polêmico. Hoje, o clima é outro, acho que a gente pode falar de um Ronaldo que tem muito que comemorar. A gente pode dizer que está dada a volta por cima?
Ronaldo – Sem dúvida, foi um ano bastante difícil para mim. Juntou a lesão com meus problemas pessoais. O ano de 2009 começou muito bem, graças a Deus, dando tudo muito certo, desde a escolha que eu fiz de vir para São Paulo, para jogar no Corinthians. Acho que foi uma reviravolta muito grande e para muito melhor.
Na sua casa em Angra, no ano passado, eu lembro de você com o joelho inchado, mancando. O que foi mais difícil para você naquele momento?
Eu tive a experiência da primeira lesão e sabendo que tudo que eu ia enfrentar era uma barra muito grande. Só o tratamento e saber que você não pode jogar e que você não pode correr, isso já é uma tortura muito grande.
Nessa nossa mesma entrevista, a gente fez imagens do seu joelho. Você pode mostrar para a gente como é que ficou o joelho um ano depois?
Posso, claro. Estou completamente recuperado. Faz uns barulhinhos aqui, não sei se você quer sentir...
Faz mesmo. Mas nada que impeça você de marcar vários gols, não é?
Isso é uma coisa normal.
Pelo menos em três momentos, muita gente acreditava que a sua carreira estava chegando ao fim. E você, nesses momentos, surgiu de novo com força total. O que te põe de pé?
Essa vontade imensa de estar dentro de campo me põe de pé. Quando eu estou em campo, quando eu estou jogando, eu sou a pessoa mais feliz do mundo. Esse amor que eu tenho pelo futebol era a minha grande motivação. Eu, quando estava fazendo fisioterapia, ainda bem no início, quando eu estava sem poder andar, eu olhava assim para um futuro e pensava como seria voltar, dar a volta por cima mais uma vez.
Quando o Corinthians anunciou que ia contratar você, muita gente comentou que era dinheiro posto fora, que era um jogo de marketing. Como é que você recebeu esses comentários e o que você sentiu nessa hora?
Eu nunca quis jogar nada na cara de ninguém nem pretendo fazer isso na minha vida, porque tudo que eu fiz foi para mim, foi para o meu prazer de jogar futebol. Por tabela, eu calei muitas bocas.
Nas imagens recentes que a gente tem visto de você, parece que você está muito feliz, está muito satisfeito com essa nova fase. É isso mesmo, Ronaldo?
Eu sou talvez o homem mais feliz do mundo. Tenho uma família maravilhosa, tenho um clube que me apoia em tudo, que me deu essa grande oportunidade. E jogando, domingo, quarta, domingo, quarta. Eu sou um homem muito feliz nesse momento.
Vamos falar de uma imagem bastante curiosa. Depois que você marcou um gol em um jogo contra o Palmeiras, você comemorou de um jeito completamente diferente, de um jeito que a gente nunca tinha visto até então. Chegou até a subir no alambrado. O que você comemorava exatamente ali? Era mais do que um gol?
Era mais que um gol. Acho que sim, porque era o meu primeiro gol depois de voltar a jogar futebol. Aos 46 minutos, parece história, parece um sonho.
Vamos falar da sua mais nova relação amorosa. Como é que está a vida com a torcida corintiana?
Está ótima.
Você levou um susto...
Não! Não levei susto nenhum, até porque eu estou muito tranquilo, muito caseiro e muito família, e muito feliz assim, principalmente. Mas a minha relação, essa nova torcida, é fantástica. Eu estou completamente apaixonado porque é uma torcida que apoia o tempo todo, torce o jogo todo, fanática mesmo.
Você sempre foi ídolo da torcida brasileira pela seleção. Hoje, você é ídolo de uma das maiores torcidas do Brasil. Qual é a diferença?
A diferença é que saí de cima do muro, digamos assim. Porque, como brasileiro, sempre identificado como jogador de todas as torcidas. Agora, sou de uma torcida. Agora mesmo no elevador, havia dois são paulinos que falaram que agora são corintianos porque eu estou jogando no Corinthians.
Você tem vontade de voltar a jogar pela seleção?
Eu tenho muita vontade de voltar a jogar na seleção.
É um desejo seu?
É um desejo, mas não é a prioridade. O meu objetivo é jogar bem no meu clube, manter uma regularidade boa e ser merecedor de ser chamado para seleção.
A gente nunca mais ouviu falar das suas saídas para baladas. Você criou juízo ou está fazendo tudo mais escondido?
Isso é muito exagerado, porque eu não sou também de sair. Mas eu estou muito mais tranquilo.
Lunático
6858km de futebol
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