Procura-se artilheiro
(FIFA.com) Quinta-feira 7 de janeiro de 2010
A seleção argentina sempre se destacou por contar com grandes goleadores em suas participações na Copa do Mundo da FIFA. De Guillermo Stábile, artilheiro da primeira edição do Mundial, em 1930, a Gabriel Batistuta e Hernán Crespo, titulares entre 1994 e 2006, passando por Mario Kempes e a sua campanha vitoriosa em 1978, vários matadores já defenderam a Albiceleste no maior evento do futebol.
No entanto, desde que Batistuta pendurou as chuteiras e Crespo se afastou da seleção nacional, os argentinos carecem de um goleador à altura da sua história. Vários jogadores já vestiram a camisa 9, mas nenhum conseguiu um desempenho comparável com os de Batistuta (principal artilheiro do país na Copa do Mundo da FIFA) e Crespo (maior goleador das eliminatórias sul-americanas), que juntos somam 91 gols pela Argentina.
Os números são claros: na campanha rumo à África do Sul 2010, a seleção argentina marcou somente 23 vezes, o seu pior desempenho no atual formato das eliminatórias. Apesar de terem feito a mesma quantidade de gols no torneio classificatório para a França 1998, naquela oportunidade os argentinos foram o segundo melhor ataque da competição. Agora, ficaram em quinto nesse quesito e os seus três artilheiros (Sergio Agüero, Juan Riquelme e Lionel Messi) marcaram apenas quatro gols cada.
A cinco meses da estreia contra a Nigéria em Johanesburgo, ainda não se sabe quem será o centroavante da seleção argentina na África do Sul 2010. Gonzalo Higuaín conta com uma vantagem: apesar de ter sido ignorado ao longo das eliminatórias, ele foi titular nos três últimos compromissos da Argentina em 2009, chegando a marcar na vitória por 2 a 1 contra o Peru, o seu primeiro jogo pelo selecionado nacional. "Seria incrível estar na Copa, junto aos melhores atacantes do mundo", declarou o principal goleador do Campeonato Espanhol no mês de dezembro. Entretanto, o jogador do Real Madrid, que já se sentiu tentado a defender a França (país onde nasceu), não está garantido entre os convocados.
E quanto a Martín Palermo? Aos 36 anos, o ídolo do Boca Juniors, autor de 212 gols pelo clube, demonstrou que ainda está em condições, especialmente depois de marcar o sofrido gol da vitória —e fundamental para a classificação argentina ao Mundial — na penúltima rodada das eliminatórias, no confronto com o Peru.
Ainda que a idade não o favoreça, ele já conseguiu dar a volta por cima depois de perder três pênaltis em um jogo contra a Colômbia, em 1999, imagens que rodaram o mundo à época. "Marquei muitos gols, mas nunca fiz milagres, isso quem faz é o Palermo", comentou Diego Maradona, no que poderia ser interpretado como um sinal positivo ao jogador-símbolo do Boca.
Entre os que perderam espaço, mas ainda lutam para recuperar o seu lugar, estão Sergio Agüero e Carlos Tevez. O primeiro, pai do único neto de Maradona, ficou de fora das partidas decisivas das eliminatórias, competição em que curiosamente foi um dos artilheiros da Argentina. Tevez, em compensação, vem mostrando o seu melhor futebol no Manchester City, depois de ser expulso duas vezes e decepcionar no torneio classificatório. "Meu tempo já passou, sou consciente disso", garantiu o ex-craque do Corinthians há apenas dois meses. No entanto, é possível questionar a opinião do jogador, já que, só em dezembro, ele marcou oito vezes para o clube inglês.
Maradona ainda tem outra opção: Lucas Barrios, que fez 57 gols pelo Colo Colo do Chile e já acumula 13 com a camisa do Borussia Dortmund alemão nessa temporada. Graças às boas atuações que vem tendo, o artilheiro do Campeonato Chileno em 2008 pressiona por um lugar na seleção argentina.
Quando a Argentina surpreendeu o mundo com a goleada por 6 a 0 sobre a Sérvia na Alemanha 2006, a dupla de ataque do selecionado, formada por Javier Saviola e Hernán Crespo, funcionava em perfeita sintonia. Naquela partida, eles voltaram a mostrar o talento exibido na estreia do país no Mundial, quando marcaram os dois gols da vitória por 2 a 1 diante da Costa do Marfim. Quatro anos depois, eles lutam para voltar a vestir a camisa da seleção.
Atualmente, Saviola é um dos destaques do Benfica português. Depois de marcar sete vezes no campeonato daquele país, graças ao seu estilo hábil e rápido, ele chamou a atenção de Maradona. "Gosto muito do Javier. Acho que o Benfica é o lugar ideal para ele", declarou o técnico. "É um jogador que pode ser convocado. Estamos de olho nele."
Crespo, por sua vez, é um atacante de porte físico avantajado, que leva perigo na pequena área. "Hoje em dia, há jogadores diferentes de mim na seleção, muitos deles menores do que eu", disse o atacante de 1,84 m, que diz poder contribuir com a seleção de outras maneiras. "Sonho em jogar no Mundial e a minha idade não é um obstáculo", assegura o jogador do Genoa da Itália.
Será que Maradona escutará as suas preces? Faltando cinco meses para a Copa do Mundo da FIFA, o treinador tem muito para observar antes de definir a lista de convocados. Mas com uma coisa ele pode ficar tranquilo: material humano é o que não falta para a Argentina.
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