domingo, 7 de junho de 2009

Wright e o polêmico Vasco x Flamengo do microfone 82

Como temos falado bastante de arbitragem por aqui, vamos recordar um momento histórico de J. R. Wright, um dos reis da polêmica do apito brasileiro. A matéria exibida em 2003 pelo Esporte Espetacular fala sobre a final entre Vasco x Flamengo pela Taça Guanabara de 1982. 2 jornalistas tiveram a idéia de colocar um microfone sem fio no Árbitro José Roberto Wright para registrar a dura vida do árbitro dentro das 4 linhas. Na época,esta reportagem causou uma grande polêmica em torno do Árbitro,da Rede Globo e do Flamengo,que chegou a cobrar como indenização à Rede Globo uma quantia de Cr$ 4,245 milhões. Pra variar, o Vasco foi roubado e Geovani pressionado o jogo todo pelo árbitro. Não é a toa que para a torcida vascaína, o juiz, que se diz tricolor, é conhecido como José Roberto Rato.

J. R. Rato também protagonizou O MAIOR ROUBO DA HISTÓRIA DO FUTEBOL
Créditos: Felipe Bethonico / Renato Filho
Depois da vergonhosa decisão do Campeonato Brasileiro de 1980, Atlético e Flamengo voltaram a se encontrar na Copa Libertadores de 1981. E que o Galo temia aconteceu novamente, uma armação do Flamengo, agora de uma maneira mais descarada. O Grupo 3 da Taça Libertadores 81 foi marcado pelo equilíbrio entre Atlético e Flamengo. As duas equipes terminaram empatadas em primeiro lugar cada uma com 8 pontos ganhos em 6 partidas. Como o regulamento da competição previa que somente o campeão de cada chave passaria a segunda fase, foi necessário a realização de um jogo de desempate em um campo neutro.

Depois de muitas negociações, a cidade de Goiânia foi escolhida para sediar o jogo. Tudo era neutro, campo, torcida, cidade mas o juiz não. José Roberto Wright chegou em Goiânia no mesmo avião vindo do Rio de Janeiro, junto com a delegação carioca. Fato estranho, mas que pode ser considerado normal uma vez que ele, Jose Roberto Wrigth residia no Rio. Mas quando ele ficou no mesmo hotel que os flamenguistas os dirigentes do Galo já ficaram desconfiados.

Desconfiança que se confirmou logo aos 10 minutos do primeiros tempo. Em uma jogada no meio campo, Reinaldo faz falta normal em Zico e imediatamente Wright mostrou o cartão vermelho para o Rei. O quê que isso? O quê eu fiz? Perguntava o Rei sem demonstrar nenhuma atitude de desrespeito. Na tv, Telê Santana um severo crítico do ante-futebol dizia:

"Uma falta que a gente está acostumado a ver no futebol brasileiro -- proclamava Telê, severo nas suas análises sobre a violência no futebol."

Logo depois foi a vez de Éder, em outra falta normal o ponteiro esquerda mineiro ganhou o cartão vermelho do juiz.

Daí pra frente o serviço já estava feito, o Galo com 9 jogadores em campo seria facilmente vencido pelo Flamengo. O técnico do GALO, Carlos Alberto Silva colocou o time com uma armação claramente defensiva e mesmo com a ajuda do juiz(que em 30 minutos de jogo distribuiu 4 cartões amarelos para os jogadores do GALO, isso fora os 2 cartões vermelhos) o Flamengo não conseguiu marcar seu golzinho.

Vendo que a armação ainda não fazia efeito, Wright deu o golpe derradeiro; expulsou Palhinha e Chicão aos 34 minutos do primeiro tempo. Aí não deu para segurar a revolta atleticana. Os dirigentes do GALO entraram em campo. Polícia, Fotógrafos, cinegrafistas todo mundo em campo, uma confusão generalizada. O jogo é paralisado. Nessa hora o "Juiz" expulsa todo o banco de reservas da equipe mineira, jogadores, técnico, comissão técnica e diretoria. Os dirigentes de Minas queriam retirar os seus jogadores de campo. Mas essa atitude não foi tomada, e o jogo recomeçou antes dos 30 minutos legais de paralisação.

Lunático
6858km de futebol
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