sábado, 6 de junho de 2009
A nova Fonte Nova
Demonstrando total falta de organização e desalinhamento entre as autoridades, o projeto de reforma da Fonte Nova já é diferente do submetido à FIFA na época da aprovação da cidade. No projeto anunciado no dia 30 de setembro passado, a empresa Setepla Tecnometal pretendia demolir somente o anel superior. Mas nesta quinta-feira, uma reviravolta causou polêmica entre os arquitetos do Estado da Bahia. O Governo decidiu que nada da estrutura da Fonte Nova será reaproveitada.
Mas para que isso seja feito existem dois grandes empecilhos. O primeiro é o decreto-lei nº 25/37 de tombamento do espelho d´água do Dique do Tororó, homologado em 1959, que proíbe qualquer tipo de obra no entorno do Dique sem autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Além deste, existe também o pedido de tombamento do próprio estádio da Fonte Nova sendo tramitado. Em entrevista ao jornal A Tarde, o superintendente regional do Iphan, Carlos Amorim deixa claro que o processo ainda não foi concluído. "Hoje eu cobrei à divisão técnica para que me encaminhe o pedido. De fato, não tenho uma posição antes de fazer os estudos. Considero que a Copa é de interesse de Salvador e não sou insensível a isso. Agora, evidentemente, teremos de avaliar o pedido", explicou Amorim.
O diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultura (Ipac), Frederico Mendonça, informou que o pedido foi protocolado em abril. "A gente reconhece as qualidades do complexo, só que a questão implica escolhas sociais. A sociedade elege os bens que ela vai considerar patrimônio cultural. Aí precisa a sociedade definir se deve ser mantido ou se ele deve ser modificado para se adequar à Fifa", declarou Mendonça.
A diretora da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (Ufba) declarou-se estarrecida com a situação. "Aparentemente nem aquilo que foi anunciado como projeto foi respeitado. Vamos solicitar ao Ipac e ao Iphan que respondam ao pedido de tombamento".
Já o Secretário estadual do Esporte, Nilton Vasconcelos não confirmou se o estádio sofrerá uma implosão ou demolição. Mas confirmou outras mudanças no projeto original.
Outra mudança que chamou bastante atenção foi a criação de um terceiro anel, bem mais próximo ao campo, já que a Fifa determinou que fosse retirada a pista de atletismo do local.
Essa questão de demolir toda a Fonte Nova já havia sido levantada logo após o desastre no dia 25 de novembro de 2007, quando sete torcedores morreram ao cair da parte superior do estádio, no final da partida entre Bahia x Vila Nova, quando o tricolor voltou para a segunda divisão. O governador inclusive deixou claro o seu desejo em demolir todo o estádio para a construção de uma nova praça esportiva no local. Nessa ocasião vários arquitetos e engenheiros se posicionaram contra a idéia.
Vem aí mais um prato cheio para mal-versação de recursos públicos, super-faturamentos e todos os riscos que as obras públicas representam para o bolso do contribuinte no Brasil.
Lunático
6858km de futebol
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