Leia carta do presidente Zezé Perrella sobre as atuações do árbitro Evandro Rogério Roman. Publicada originalmente aqui.
A partida entre Cruzeiro e Palmeiras entrou para a relação dos grandes absurdos do futebol brasileiro em 2009. Não há como aceitar que os escabrosos erros cometidos pela arbitragem de Evandro Rogério Roman sejam considerados normais e aceitáveis em um só jogo. Causa ainda mais perplexidade o fato de ser apenas uma equipe penalizada: coincidência ou má intenção?
Ao se falar desse árbitro, só resta imaginar que se trata de uma pessoa leviana.
E são os acontecimentos que nos levam a pensar assim. Por mais absurdo que isso possa fazer parte da história do futebol brasileiro, mesmo após o escândalo envolvendo o árbitro Edilson Pereira de Carvalho.
No Campeonato Brasileiro de 2009, na partida entre São Paulo e Cruzeiro, dia 31 de maio, no Morumbi, Evandro Rogério Roman teve sua primeira atuação caótica e reprovável em nossos jogos. No primeiro tempo, validou um gol escandaloso do atacante Washington, depois que o jogador do time paulista puxou pela camisa o volante Henrique. Nesse mesmo jogo, Roman ainda confirmou um gol marcado pelo Dagoberto em posição de impedimento e deixou de punir a perseguição ao atacante Kléber, que sofreu quatorze faltas. O desempenho de Evandro Rogério nessa partida foi reprovado por toda a crônica esportiva.
Diante de erros tão estapafúrdios, o presidente da Comissão de Arbitragem, Sérgio Corrêa, reconheceu a lastimável performance do senhor Roman e anunciou o afastamento do mesmo do Campeonato Brasileiro. Mas, pasmem: Evandro Rogério ficou longe dos campos por apenas uma rodada.
Para surpresa ainda maior, o responsável pelo quadro de árbitros da CBF designou a volta de Evandro Rogério Roman ao apito em partidas do Cruzeiro no jogo frente ao Grêmio, no Estádio Olímpico, no dia 2 de agosto. E, para a nossa incredulidade, esse senhor voltou a ser lesivo contra o clube mineiro ao expulsar dois de nossos atletas em lances considerados normais no futebol, segundo a imprensa nacional.
Mesmo assim, a Comissão de Arbitragem e seu presidente parecem gostar de brincar com a cara de pessoas, clubes e torcidas. Para a partida contra o Palmeiras, quando o Cruzeiro pode ter jogado suas últimas esperanças de conseguir uma vaga na Copa Libertadores de 2010, pela terceira vez no Campeonato Brasileiro foi designado esse mesmo árbitro. De novo quero perguntar: apenas coincidência?
Poderia ser, caso Rogério Roman tivesse sido correto em suas marcações e se mostrado imparcial. Mas não foi o que vimos. Desta feita, pelo menos três pênaltis claros deixaram de ser marcados a favor do Cruzeiro. Novamente perdemos um jogo importantíssimo com esse cidadão no apito. De forma capciosa, o senhor Roman já nos tirou nove pontos nessa disputa. Mas, muito mais grave do que seus desacertos é a suspeita que fica no ar em relação à idoneidade dessas pessoas que têm poderes no futebol.
O cheiro de armação e manipulação parece estar novamente presente na cabeça de todos que acompanharam a partida. Suspeita que se torna ainda mais fundada depois que, na semana passada, a imprensa denunciou que o senhor Sérgio Corrêa tem despachado todas as sextas-feiras da sede da Federação Paulista de Futebol. Se for verdadeira essa acusação, tal postura nos parece gerar constrangimentos e ser antiética.
Também é inaceitável ouvir o senhor Sérgio Corrêa dizer que está fazendo uma grande reciclagem na arbitragem do futebol brasileiro e que os resultados vão surgir em 2014. Ora, quer dizer que até lá, o principal campeonato nacional, mostrado para diversos países do mundo, vai servir de laboratório?
O presidente da Comissão de Arbitragem, que inegavelmente persegue o Cruzeiro Esporte Clube, se mostra uma pessoa despreparada, sem competência, omissa e de pulso fraco. Ao anunciar hoje uma nova punição ao Evandro Rogério Roman, esperamos que esse senhor não fraqueje como em outras oportunidades e retorne com o apitador para o futebol.
Em pelo menos duas outras ocasiões, o mesmo juiz já foi punido pela Comissão. Em 2003, por ter tido uma arbitragem calamitosa em jogo entre Corinthians e Goiás pelo Campeonato Brasileiro, e em 2008, por “erros generalizados em lances básicos” na partida entre Londrina e Engenheiro Beltrão, segundo o próprio Sérgio Corrêa.
Aliás, será que também não chegou a hora de a Comissão passar por uma reciclagem e ser presidida por uma pessoa que realmente entenda de arbitragem, que tenha coragem para tomar decisões, que seja isenta, coerente, que saiba punir, cobrar e dar exemplo?
O senhor Sérgio Corrêa está longe de ter esse perfil.
Atenciosamente,
Zezé Perrella
Presidente do Cruzeiro Esporte Clube
6858km de futebol
http://6858kmdefutebol.blogspot.com/
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
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